...de escrever alguma coisa sobre o Dia das Mães. Acho que não!
Tb não sei se essa data me sensibiliza... Acho que não!
Não fui uma boa filha, mas tb não sinto culpa! Minha mãe, embora eu reconheça todas suas qualidades, tb não foi uma ótima mãe (certeza de que ela não vai puxar meu pé por isso!). Eu gostava de algumas coisas nela, outras não... E continuo, quando penso, não gostando. Talvez a passividade... A mesma que enxergo em mim!!!
Às vezes, me olho no espelho e assusto: a mesma cara, "escrituzinho"! Tô ficando bastante parecida com D. Ritinha. A diferença está na forma como reajo às situações.
As vontades, creio, são as mesmas. Eu amo a terra onde ela nasceu, embora tenha estado lá tão poucas vezes... Amo a liberdade que ela gostaria de ter tido.
As vontades, creio, são as mesmas. Eu amo a terra onde ela nasceu, embora tenha estado lá tão poucas vezes... Amo a liberdade que ela gostaria de ter tido.
Ela foi minha forte incentivadora quando decidi, aos 18, me bandear pros lados do Teatro. Era minha espectadora fiel, minha protetora.
Lembro-me dela na platéia, no dia de uma prova final do Primeiro Período. Era um solo. Fomos juntas pra casa e ela dizendo que tinha gostado... Eu já sabia da minha reprova, mas não quis contar. E voltei no semestre seguinte decidida a ser mais... Acho que por nós duas!
...
Naquele dia acordei bem cedo, disposta a arrumar a casa, pois já sabia que quando ela voltasse do hospital, depois de tantos dias, ia querer, no mínimo, passar cera no chão porque não tava brilhando...
Peguei um "produto lá" e espirrei no piso vermelho... O chão ficou todo manchado! Eu precisava dar um jeito naquilo rápido, pois logo seria meio-dia e eu teria que buscá-la no hospital, de alta.
Eu tava no tanque, olhei pelo vitrô da cozinha, 8h em ponto! A campainha tocou, eu fui abrir, mas já foram entrando... Era a Niza em desespero! Veio nos buscar, eu e meu pai. Tinham ligado no escritório do meu irmão: "A mãe tá na UTI!"
Eu fui do jeito que tava, toda bagunçada, embora não tivesse entendendo nada: "Como, se ontem à noite, eu fui lá? Ela tava sem voz, mas tava bem. Até me deu bronca porque subi escondida."
Quando chegamos, vi meu irmão, de longe, nervoso. A única coisa que lembro foi que perguntei: "- A mãe morreu?" e ele: "Morreu...!" Lembro-me que liguei pro meu outro irmão, no trabalho dele e dei a notícia sem pensar (acho que ele passou a me odiar mais ainda por isso!). Depois fomos no trabalho da minha outra irmã e a reação dela foi de cortar o coração.
Lembro-me de poucas coisas... Do caixão chegando e do "gelo" no coração! Da rosa branca que comprei pra esconder a mancha de óleo na camisa que, sem perceber, minha irmã escolheu...
Alguns dias antes de ser internada, ela tava passando roupa na mesa da cozinha e, com uma saia na mão, ela disse que quando morresse era pra vesti-la com aquela saia e uma camisa branca de flores (que ainda está comigo, lá na outra casa!). A saia era de brechó, e só contamos um bom tempo depois, porque ela jamais usaria uma roupa que era de "gente morta". Depois desencanou!
Lembro-me que tinha tanta gente no velório... Até as pessoas más estavam.
Este dia era uma terça-feira.
Meus irmãos!
Fico me devendo uma foto (produzida!) com nós cinco juntos... Um dia, quem sabe!!!
E minha tia Arlinda, pessoa muito importante!!!
Lembro-me dela na platéia, no dia de uma prova final do Primeiro Período. Era um solo. Fomos juntas pra casa e ela dizendo que tinha gostado... Eu já sabia da minha reprova, mas não quis contar. E voltei no semestre seguinte decidida a ser mais... Acho que por nós duas!
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Naquele dia acordei bem cedo, disposta a arrumar a casa, pois já sabia que quando ela voltasse do hospital, depois de tantos dias, ia querer, no mínimo, passar cera no chão porque não tava brilhando...
Peguei um "produto lá" e espirrei no piso vermelho... O chão ficou todo manchado! Eu precisava dar um jeito naquilo rápido, pois logo seria meio-dia e eu teria que buscá-la no hospital, de alta.
Eu tava no tanque, olhei pelo vitrô da cozinha, 8h em ponto! A campainha tocou, eu fui abrir, mas já foram entrando... Era a Niza em desespero! Veio nos buscar, eu e meu pai. Tinham ligado no escritório do meu irmão: "A mãe tá na UTI!"
Eu fui do jeito que tava, toda bagunçada, embora não tivesse entendendo nada: "Como, se ontem à noite, eu fui lá? Ela tava sem voz, mas tava bem. Até me deu bronca porque subi escondida."
Quando chegamos, vi meu irmão, de longe, nervoso. A única coisa que lembro foi que perguntei: "- A mãe morreu?" e ele: "Morreu...!" Lembro-me que liguei pro meu outro irmão, no trabalho dele e dei a notícia sem pensar (acho que ele passou a me odiar mais ainda por isso!). Depois fomos no trabalho da minha outra irmã e a reação dela foi de cortar o coração.
Lembro-me de poucas coisas... Do caixão chegando e do "gelo" no coração! Da rosa branca que comprei pra esconder a mancha de óleo na camisa que, sem perceber, minha irmã escolheu...
Alguns dias antes de ser internada, ela tava passando roupa na mesa da cozinha e, com uma saia na mão, ela disse que quando morresse era pra vesti-la com aquela saia e uma camisa branca de flores (que ainda está comigo, lá na outra casa!). A saia era de brechó, e só contamos um bom tempo depois, porque ela jamais usaria uma roupa que era de "gente morta". Depois desencanou!
Lembro-me que tinha tanta gente no velório... Até as pessoas más estavam.
"**Lembra que a sua irmã mais velha adorava cantar músicas de cemitério? E qualquer uma que ela cantasse, falava que era de cemitério.
*Eu nem imaginava como era um cemitério. Sabia que era onde enterravam pessoas mortas. Só entrei no cemitério depois de grande, quando minha mãe morreu. E nem tinha música... Só passarinhos cantando... E confesso que achei o lugar lindo! E achei a cerimônia de enterrar pessoas mortas, linda!
**Triste, mas linda!"
(HISTÓRIAS BEM CONTADAS - Cia dos Clownstrofóbicos)
(HISTÓRIAS BEM CONTADAS - Cia dos Clownstrofóbicos)
Este dia era uma terça-feira.
No domingo eu tinha ido na casa de uma amiga, na comemoração de Cosme, Damião e Doum... Flexinha Prateada era o seu nome! Ela me disse que, a partir daquele momento, eu teria que me cuidar sozinha. Imaginava que fosse porque minha mãe ficaria mais frágil...
Se eu contar do telefone "mudo", da ligação na vizinha da frente... Vai parecer algo fantástico!
Se eu contar do telefone "mudo", da ligação na vizinha da frente... Vai parecer algo fantástico!
E assim foi desde 29 de setembro de 1996. Uma segunda feira estranha e sem sol.
Valeria uma foto dela, se eu tivesse... Mas, é só olhar para nós... A misturada toda!
Niza |
O Pop's é meu cunhado, namorido da Ailta |
Ailta |
Almir, meu irmão, Thatiane (a segunda garota, minha sobrinha) e Mirian, esposa do meu irmão |
Ademir |
Fico me devendo uma foto (produzida!) com nós cinco juntos... Um dia, quem sabe!!!
E minha tia Arlinda, pessoa muito importante!!!
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