Anão de jardim, pintor de rodapé, piolho de gnomo, toco de amarrar jegue, tampinha, pouca sombra, alpinista de poltrona, salva-vidas de aquário, chaveirinho, pedreiro de Lego. Se você tem menos de um metro e sessenta provavelmente já foi chamada por algum desses apelidos. Carinhosa ou sarcasticamente. Na infância ou na vida adulta. Por amigos ou por folgados. E conhece – tão bem quanto eu – as agruras de ter se esquecido de crescer.
1. E SE A SELEÇÃO NATURAL NÃO NOS ESCOLHER?
Na escola, geralmente quarta ou quinta série, a gente conhece um brother chamado Darwin. Um cara que fala de um negócio chamado “seleção natural”, que nada mais é do que a prevalência, em uma espécie, de uma característica favorável à sua sobrevivência e adaptação ao meio ambiente. Pra entender a pegada de Darwin, vamos falar de girafas. Segundo ele, nos primórdios, havia girafa de pescoço curto e de pescoço longo. E por que não conhecemos nenhuma girafa de pescoço curto? Simples: porque as de pescoço longo estavam mais aptas à sobrevivência, a partir do momento em que, na savana, região semiárida, conseguiam se alimentar dos brotos e folhinhas que ficavam lá no alto das escassas árvores.
Transferindo para a nossa realidade: você e a Ana Hickman estão confinadas numa cozinha. Sem banqueta, sem escada, sem cadeira. Sem pia pra subir. Sem gaveteiro pra fazer escadinha. Bateu aquela fome mortal. O único alimento disponível é um prato de arroz e feijão apoiado numa prateleira a dois metros e meio do chão. Quem será que vai sobreviver?
2. NEM VEM, VOCÊ VAI NO BANCO DE TRÁS
E se o carro estiver na capacidade máxima de passageiros, não se iluda: você vai no banco de trás, e no meio. Isso se não precisar ir no colo de alguém batendo a cabeça vorazmente no teto a cada lombada. Afinal, ninguém mandou você ser o nosso chaveirinho, né?
3. LEVAR A CALÇA PRA FAZER A BARRA
Comprar calça jeans é um verdadeiro martírio. Porque serve no comprimento e não fecha na cintura, ou serve na largura e fica toda abarrotada no pé. Mais ou menos como se você fosse um rapper dos anos 90. Solução: dobrar a calça pra pagar de descoladinha ou fazer a barra. E correr o risco da costureira errar na medida e te presentear com uma cigarrete. Que pode até ficar bonita, mas que não era a sua intenção.
4. A COMPLICAÇÃO DE UM SIMPLES ABRAÇO
Abraçar é delicioso. Uma das melhores expressões de carinho e efusividade da vida. Mas, quando se é pequeno, você está sujeito a situações não tão agradáveis:
a) Independente do que aconteça nesse abraço, seu ombro SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE vai sair cheirando a alguma coisa: nos dias de sorte, desodorante. Nos de azar – adivinhe?
b) Sabe aquela tia peituda e afetuosa que adora perguntar sobre os namoradinhos, dizer como você cresceu (?!) e te abraçar? É inevitável: o que era pra ser uma demonstração de carinho vira uma quase tentativa de assassinato. Você sempre acaba sufocada pelos peitos dela.
5. SEGURAR-SE NAS BARRAS DO ÔNIBUS E DO METRÔ É DOLOROSO
Distensão na panturrilha, câimbra no dedão do pé, estiramento de bíceps, torcicolo. Risco de ter seu celular furtado da bolsa, já que não existe a mínima possibilidade de você se segurar na barra do metrô e proteger seus pertences sob os braços.
Então me ajuda a segurar essa barra que é andar de transporte público segurando na barra…
6. A DECEPÇÃO DOS GRANDES SHOWS E FESTIVAIS
Você ama aquela banda. Ama. Tem todos os CDs – incluindo os lados B –, tem camiseta, tem recortes de entrevistas. Tem até lençol. A única coisa que você nunca vai ter é a baqueta do baterista, porque alguém vai pegar antes. E essa pessoa que vai pegar antes, muito provavelmente, tem mais de um metro e oitenta e fez questão de ter ficado o show inteiro com a cabeça na sua frente. E o que é pior: de um show de duas horas de duração, só soube cantar os três hits que tocam na rádio.
Ai, cadê a guilhotina horizontal que rapela a cabeça de todo mundo que tem mais de um metro e sessenta?!
Você ama aquela banda. Ama. Tem todos os CDs – incluindo os lados B –, tem camiseta, tem recortes de entrevistas. Tem até lençol. A única coisa que você nunca vai ter é a baqueta do baterista, porque alguém vai pegar antes. E essa pessoa que vai pegar antes, muito provavelmente, tem mais de um metro e oitenta e fez questão de ter ficado o show inteiro com a cabeça na sua frente. E o que é pior: de um show de duas horas de duração, só soube cantar os três hits que tocam na rádio.
Ai, cadê a guilhotina horizontal que rapela a cabeça de todo mundo que tem mais de um metro e sessenta?!
7. CAMINHAR ACOMPANHADA PODE SER UMA VERDADEIRA PROVA DE RESISTÊNCIA
Porque, graças às nossas maravilhosas pernas curtas, cinco passos nossos equivalem a um passo de uma pessoa com estatura normal.
(Run, Forest! Run!)
8. AI, QUE DELÍCIA, CINCO HORAS DE VIAGEM EM CLASSE ECONÔMICA!
Quem era mesmo o gênio que dizia que a vingança é doce?
Por Bruna Grotti
http://superela.com/2015/06/02/8-coisas-que-pessoas-com-menos-de-160m-entenderao/
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