O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte. (...)
(...) sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida. Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver. É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente — de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato — se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustração. Quando real, estruturado e maduro — que espera, estimula, renova — não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.
Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a plenificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.
Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos. A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança — ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções —, a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranqüila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não-posse, não-dependência, não-exigência, são benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador, confiante, indestrutível. Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de júbilos e de paz. Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece. O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anelos humanos. O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à Humanidade e prossegue doando, na Sua condição de Amante não amado.
Amor, Imbatível Amor - Divaldo Pereira Franco
Repassando, via Ritinha.
*Estou aqui refletindo (ainda que de forma entrecortada!) e tentando encontrar palavras pra explicar-me o que foi este fim de semana. Um texto destes serve-me perfeitamente... Como um tapa!
Vai, esbofeteia!!!
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