Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
SALMO 88
1 Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.
2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao
meu clamor;
3 porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se
aproxima do Sol.
4 Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem
forças,
5 atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura,
dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão.
6 Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas
profundezas.
7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas
ondas.
8 Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para
eles; estou encerrado e não posso sair.
9 Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo
dia, Senhor, estendendo-te as minhas mãos.
10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos
para te louvar?
11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade
no Abadom?
12 Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na
terra do esquecimento?
13 Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega à
tua presença.
14 Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face?
15 Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro
os teus terrores, estou desamparado.
16 Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores
deram cabo de mim.
17 Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.
18 Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham
nas trevas.
*#gratidão
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