Ano passado fui assistir à uma apresentação escolar de um namorado numa escola pública. Adorei a estrutura física do lugar, embora tenha minhas considerações quanto ao respeito que o governo tem por seus professores.
A apresentação que vi fez-me crer que eu podia fazer algo muito legal e muito de acordo com as concepções que tenho de Arte em função da autonomia, inclusive no palco.
Conversa entre eu (toda empolgada com o que via a cada passo) e ele:
- Puxa, adorei essa escola! Quero trabalhar aqui.
- Ih! Mas pra trabalhar aqui TRABALHAR AQUI TEM QUE TER UM PUTA CURRÍCULO, Ô!
Caí na gargalhada, 'daquela que esvazia de todos os males' e respondi humildemente: - Mas, eu tenho um puta currículo!
A verdade foi que, diante de várias questões que ocorreram posterior à esta conversa, de ocupações aos espaços, mobilizações por falta de pagamento, demissões sem justa causa, corte na verba destinada à Cultura, entendi que era dar um passo para trás. E acabei entendendo que me manter em tal relacionamento era, tb, dar um passo para trás.
Hoje entendo cada vez mais essa força que tem a palavra, capaz de ao mesmo tempo que eleva, pode destruir alguém.
Quanto ao que eu tô fazendo agora??? Dando aulas, ué!
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