Gritomudo

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sábado, 13 de maio de 2017

Os melhores começos chegam após os piores finais

Alguns relacionamentos, nem lembro como terminaram. Creio que foram acabando aos poucos, se diluindo no passar dos dias. Em outros, fui taxativa: disse que queria terminar e pronto. Mas, alguns dos relacionamentos que estive terminaram de forma melodramática, válvula de escape de finais que poderiam ter sido trágicos.

"Viver implica ativar soluções, tomar decisões. O preço de poder respirar todos os dias é ter que escolher quando a vida nos diz. Mas agora, a pergunta do milhão: Quando devemos fazer isso?

Simplesmente quando nosso balanço for negativo; ou seja, quando não percebemos nossa estabilidade positiva e as consequências negativas se acomodam em nós, e tudo aquilo que rodeia nossas condições de vida."


História 1:

Um dia saí para trabalhar e, quando cheguei em casa, num horário diferente de todos os dias, porque neste dia eu tive reunião pedagógica, que era mensal, percebi que havia esquecido a chave dentro de casa. 
Ele havia me ligado várias vezes no celular e eu acabava desligando a chamada, já que o aparelho era novo. Eu não conseguia de jeito nenhum atender a ligação.
O meu carro não estava na garagem, já que o dele havia sido posto para roubo. Isso, mesmo! No decorrer do relacionamento, a pessoa que falava manso, que dava presentes com frequência, que me levava para comer coisas gostosas, para viajar para longe, E QUE ERA O QUERIDINHO DA MAMÃE E DA TITIA, foi mostrando sua verdadeira índole.

Pois bem, sentei-me na porta do apto. e esperei muito tempo. Enquanto isso fui estudando o aparelho e entendi o manuseio. Liguei uma, duas, três... Desci pro playgrond, fiquei por lá mais uma hora, até que resolvi ir pra casa da minha família, pra onde eu fugia a cada ataque psicológico.

De lá liguei por várias horas, até que deu meia-noite. A saga começou por volta de 19h. 
Preocupada, pedi para que minha irmã e meu cunhado saíssem comigo, sem rumo, pelas ruas de Santo André. Primeiro insight: iria em alguns bares, que só Deus sabe como descobri a localização (não tinha GPS popular, na época!), dp na casa de dois amigos dele, usuários de drogas (até onde eu sabia, pois tinham perfis de ser muito mais). Em não estando nesses lugares, decidi ir aos hospitais procurá-lo, quando vejo meu carro passando. Era ele!

Ele estava num estado MUITO alterado! Fez escândalo na rua, gritou, me xingou. Minha irmã tem muito tato pra lidar com essas situações, incrível. Fui para o carro, enquanto eles convenciam o cara a voltar para casa. Fomos seguindo, eles entraram e eu continuei fora. Conseguiram resgatar meu computador, importante para o meu trabalho, alguns disquetes e a chave do carro.
Foram quase 3 anos vivendo essa história, de idas e voltas, de tentativas de suicídio (DELE), de brigas infundadas, de dormir na sala (EU) e sair de casa bem cedo e arrumar o que fazer na rua até dar a hora do trabalho. Mas, ele pedia perdão e eu acreditava 'que' e voltava. 

Dp de tudo, a mãe dele ainda me liga dizendo que (mais uma vez) ele havia tentado se matar, que ele estava internado, e que talvez fosse grave. Minha resposta: - Não há nada mais que eu possa fazer. Sinto pela senhora! 
No dia seguinte, o próprio me ligou: "- Eu tentei me matar, Eliana!" E eu: - E ainda não morreu??? Oh, que pena! Caramba, vê se cresce e para de dar trabalho para os outros. Vai tomar conta da sua vida e deixa que as pessoas vivam em paz."

A partir deste dia, me senti seguida várias vezes, quase atropelada na Av. dos Estados, ameaçada de morte, de processo, recebia ofensas por mensagens de voz no celular... Foi difícil!

Dp numa conversa com um amigo em comum, soube que ele vivia uma vida barra pesada e que vários caras frequentavam minha casa, enquanto eu trabalhava. 
- Por que vc não me contou antes?
- Por que vc ia brigar com o cara!
- Eu, dormindo com o inimigo... Vc tem ideia do risco que eu corri?
- Ele não ia te fazer nada!
- Mas, fez!
Uma amiga, alguns meses depois, me contou que ela e esse 'ex' estavam namorando. Foi a deixa para cortar relações com os amigos em comum, pois não queria que ele soubesse mais nada da minha vida. Não queria mais o menor contato. Esse foi um primeiro passo.

A sorte é que, na época, eu amava meus trabalhos: eu dava aulas de Teatro e atuava em dois espetáculos. 
Inscrevi-me, por indicação, num site de paquera: não namorei, nem fui pra cama com ninguém e nem fiz amizades duradouras, mas me diverti muito! Tive um romancezinho leve e rápido com o coordenador do projeto no qual eu trabalhava. Voltei a estudar, desta vez super à sério e, na faculdade, conheci um dos meus grandes amores (foram dois!). 
A vida, aos poucos, foi se acertando e consegui recuperar o frescor de viver.

O cara? Anos dp (uns 4, acho!) apareceu na minha casa e deixou com minha irmã uma capa de disco, sugerindo a escrita de um texto para que eu montasse uma peça falando sobre a AIDS na terceira idade. Era um domingo e respirei aliviada por ter ido treinar naquele dia (Kung Fu), em 2014 soube por um colega, cuja mãe ele havia namorado, isso bem antes de mim, que ele havia falecido havia uns anos. 
Vai ver descansou. Tomara!!! Creio que no Céu, todo mundo merece uma chance, além da segunda, terceira ou quarta.


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