Gritomudo

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terça-feira, 30 de junho de 2009

SINCERIDADE X SINCERÍSMO

Numa das aulas de História da Arte, o professor nos dava uma prévia dos movimentos ocorridos nas Artes Plásticas.
Ele dizia sobre os "ísmos" que determinam o fim do nome de cada movimento: SurrealÍSMO, DadaÍSMO, ModernÍSMO, etc... Ele me fez pensar que os ÍSMOS denotam algo que poderia classificar como menor, pejorativo.
Tenho pensado há alguns dias sobre o que é ser sincero, autêntico e o que é sofrer de "ÍSMOS".
Ouço com frequência muitas pessoas dizerem que falam o que pensam, porque são sinceras. Tenho ouvido com bastante frequência (e questionada por isso, até!) uma música dos Engenheiros do Havaí que diz: "diga a verdade doa a quem doer, doe sangue e me dê seu telefone"...
Ser sincero, na minha opinião é alguma coisa que bebe na fonte da delicadeza profunda. O sincerismo é algo grosseiro, que poderia, inclusive, mascarar certa insegurança em quem diz. Não vejo aí qualidade alguma.
Dou muito valor às palavras, ao que leio nas entrelinhas delas, no que diz o corpo com todo o seu gestual e principalmente à minha intuição.
Pra lavar a alma, vou expor aqui toda minha fragilidade e me utilizar do SINCERÍSMO. Ultimamente tenho convivido com pessoas grosseiras. O lado bom disso é que amplio meu repertório de defesas. Por outro lado, não gostaria de estar no meio disso.
Mas, quando a carga vem de onde não se gostaria, aí me entrego, mesmo, me permito sentir, pensar sobre e refletir.
Vou redundar: nem sempre o sim quer dizer sim. Eu, por vezes, gostaria de saber menos do que diz respeito a ser gente. Creio que por isso eu me permita a idealizar, a "platonizar"...
O Teatro me permite afinar a percepção, mas, também a burlá-la!
O sincerísmo é um punhal de ponta fina, que fere. A sinceridade, não. Penso que a sinceridade deveria levar à reflexão.
Não sou vítima. Sou alguém que está em busca e buscar significa entrar em contato com um pouco de tudo.
Sem clichês, domingo prestei muita atenção em uma música que nem gosto (embora reconheça seu valor) de um artísta que respeito demais, mas já nem me empolga tanto.
Creio que todas as pessoas apresentam estas características, umas com mais, outras com menos intensidade. Eu me reconheço, me permitindo a licença poetica, com grifos e pontuações minhas...
"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Eu quero dizer agora, o oposto do que eu disse antes sobre o que é o amor... Sobre o que? Eu nem sei quem sou!
Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou, se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor (ainda preciso evoluir e chegar a isso!)... Lhe tenho horror, lhe faço amor, eu sou um ator.
É chato chegar a um objetivo num instante. Eu quero viver nessa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
Aí, paro e penso que ninguém é perfeito, nem Madre Tereza, nem Papa. Eu, nem de longe! Por isso não posso querer tanto das pessoas. Mas, por outro lado, tenho a livre escolha de me permitir o quanto devo (ou o quanto quero), que elas interfiram no que sou.
Todo mundo é lobo por dentro?
Ninguém é lobo mau pra sempre?
Tem gente que nasce lobo?
Responda você!
Você me disse que eu sou petulante, né?
Acho que sou sim, viu? Como a água que desce a cachoeira e não pergunta se pode passar.
Você me disse que meu olho é duro como faca.
Acho que é sim, viu? Como é duro o tronco da mangueira onde você precisa se encostar.
Você me disse que eu destruo sempre a sua mais romântica ilusão, e que destruo sempre com minha palavra o que me incomodou. E acho que é sim! Como fere e faz barulho o bicho que se machucou viu?
Todo mundo é louco por dentro.
Ja viu alguém normal pra sempre?
Tem gente que nasce louca?
Responda você!
(Minha completa tradução hoje, 30 de julho, às 20h21.)

PINA BAUSCH

Puxa... Mais uma surpresa!
Assisti seu espetáculo em 2006. Achei tão bonito... De singeleza ímpar... De carga dramática intensa! Eu queria ter sido uma daquelas bailarinas naquele momento. Demorei para entender o que tinha visto. Só consegui sentir...
Bem, a constelação tá bem cheia de grandes estrelas... Que seja! Mais uma que olhe por nós, artistas, que tanto ralamos para nos fazer ver, para nos fazer entender, que lutamos por um ideal, sacerdócio... Que seja, Pina Bausch!!!

sábado, 27 de junho de 2009

Bateu um desespero...

... lágrimas nos olhos!!!
Me pergunto agora: o que eu estou fazendo e por que??? Eu tô fazendo um monte de coisas que em outros tempos eu não faria... Por que??? Certos comportamentos que não tinha, algumas palavras tão ponderadas... Tudo bem, entendo que estou com 36 anos e já está na hora de contar menos com a sorte e ter mais juízo, mas... Tenho ouvido mais as pessoas, tenho pedido opiniões, tenho pedido ajuda...
Tô lembrando do tempo em que eu era princesa, que eu ia pra debaixo do chuveiro dormindo no colo de alguém, que alguém me dava dinheiro para ir na feirinha comprar bijoux, doces nas Americanas...
Agora minha irmã pediu minha "pata" e tá passando nugget na minha bota enquanto escrevo... Ato espontâneo... Tá virando o meu pé, rsrrsrrs!!! Ela tá dizendo que irmã assim não existe, que só ela pra fazer isso!!! E é, mesmo!!!
Sinceramente, não posso reclamar de nada... Mas tenho a sensação de que me falta algo. Tem algo que precisa ser preenchido, só não consigo saber onde e por o que... Não sei se é no coração, se é material... Acho que eu precisava deixar estas lágrimas cairem...
Hoje fiz uma coisa e não precisei tomar coragem para fazê-la, pois estava decidida já tinha alguns dias. Não fiz antes por esquecimento, mas fiz com a intenção de que lembrassem de mim... Para provocar, tocar no coração. O Universo me deu a deixa!
Agora vou com uma mala, uma bolsa e uma mochila...
Fui!

Tenho um monte de coisas para fazer!!!

Larguei tudo pela metade. Trouxe um monte de cadernos e livros para casa, jurando que neste findi farei tudo... Depois eu conto!!!
PS: Vou pro apê hoje e volto quando acabar a comida!
Será que alguém pode me mandar ao menos uma lista de músicas bacanas, para que eu possa baixar? Já enjoei do meu set list!!!
Beijocas à todos.
PRECISA ME AMAR!!!

EXERCITANDO O LIDAR COM O DIFERENTE...


... A compreensão, embora me choque às vezes, mas sei que tb "exagero no rímel". Fico naquelas de pensar e refletir sobre o que já ouvi em filosofia, em psicologia... O espelho, sabem???

A grande verdade é que odeio grosserias, ainda mais quando vem de forma gratuita. Custa pensar um pouquinho antes de falar, de agir?

Lembro-me que dizia pra uma pessoa que eu me sentia à vontade de dizer a ela certas coisas de determinados modos, porque ela me amava e me perdoaria por isso. Agora me vejo do lado de cá!

"Existem acontecimentos que não combinam com as palavras."

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A beleza das coisas está nas coisas simples...

... embora eu seja meio barroca, quase over!


Bolinho de chuva me faz feliz; namorado (É... Namorado!!!) esperar na porta do trabalho me faz feliz; declaração de amor espontânea, também me faz feliz; vestido novo me faz feliz; ter amiga-confidente me faz feliz; me aventurar... Caber numa roupa que não me servia, me faz mega feliz. Receber salario no fim do mês, tb!


Não tenho a menor vocação para Pollyana, mas o Jogo do Contente pode ser uma boa opção. Afina a sensibilidade e nos torna mais prontos para receber as coisas bacanas que o Universo nos manda, em forma de abraços, palavras, sorrisos, desenhos...

Surpreendida...

Estava, como faço costumeiramente, viajando na net, procurando coisas, boas notícias, declarações de amor, fofocas... quando me deparei com uma notícia que me choca: Michael Jackson morreu??? Só pode ser uma piada! ELE É IMORTAL! Em principio, sem palavras...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Homenagens, presentes, surpresas e mimos!














LEGENDA: Eu; presente do dia dos namos; eu, novamente; minhas mãos (segurando o celular e com anéis); bolo de aniversário (devo estar com uns 100 anos, de tanto que me cantam os parabéns!) e "recorte" do presente do dia dos namos.
PS: os desenhos são dos alunos de colegas, mas foram feitos para mim.

Bilhetes, cartas e declarações de amor...

Eu quero escrever um monte de coisas, mas não consigo articular as palavras... Na verdade, consigo, sim... Tenho tudinho aqui na minha cabeça! Mas... (mas!) ainda tenho muitas travas: autocrítica, orgulho e medo.
Eu gostaria de poder falar dos últimos acontecimentos que não contei, das coisas que ouvi, das coisas que eu disse, dos planos, dos desejos, das idéias, das vontades, das pequenas e grandes loucuras...

domingo, 21 de junho de 2009

Eu, MODELANDO!!!




Hoje fiz a linha modelo num campeonato de cabeleireiros do SoHo. Agora, até tô curtindo o resultado final, mas o processo foi meio traumático. Começa que aqueles espelhos "emensos" do salão engordam horrores. Sabendo disto, não quero me olhar neles nunca mais!

Bem interessante a diversidades de cortes, penteados e unhas. Quem me diria que uma simples unha artística mobilizaria um figurino de novela!!! Fui modelo de corte e coloração. O cabelo que a profissional fez em mim foi basiquinho perto dos outros. Mas, agora, às 22h30 tô adorando os cachinhos dourados. Eu, sinceramente, encararia um pink com violeta de boa, mas cabelos pretos, nunca mais!!!

Participar deste evento me fez pensar em várias coisas: quando a expectativas das outras pessoas estão em nossas mãos; porque dizemos sim para certas coisas; quando as coisas não são ditas de forma clara; quando deixamos as nossas coisas de lado para dar conta de coisas que nos comprometemos a fazer... Como eu consigo me enrolar desta forma??? Por que me disponho a fazer certas coisas?

Bem, vou saber o saldo final disto quando eu lavar meus cabelos!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Hoje é sexta-feira. Ufa!!! Semana cheia de acontecimentos.

Terça dormi no Jeff... um misto de livre-arbítrio com Universo conspira! Sem mais comentários, então...

Na quarta fui pra casa nova. Não sei se porque o dia tava com aquela cara de outono (frio com sol), fiquei bastante triste. Aquela tristeza doída, sabe? Ainda bem que tinha um rádio para me consolar e não me permitir sentir-me tão solitária. Solidão de abandono... Coisa estranha! Aí parei pra me perguntar o propósito de tudo que tenho feito. Investimento? Fuga? Aventura? Maluquice... Ainda não tenho a resposta, mas espero que o Universo esteja conspirando para o meu bem e que eu também esteja. Por vezes me boicoto legal!

Os prazeres foram alguns: xixi de porta aberta, pia cheia de louça, sapatos espalhados pela casa, tomar bastaaaaaante vinho. Fiz macarrão para mim mesma. Tava louca para experimentar o tempero novo. Dei sorte: ficou bom... Mesmo sem sal e sem óleo!

Dormi cedo, com o rádio ligado. Acordei com o rádio ligado assustadíssima pensando que havia perdido a hora... às 23h30!

Na quinta, cheguei uns minutos atrasada na escola. O acesso seria fácil se tivessem mais conduções disponíveis. Acho que estou aceitando melhor e administarndo melhor a turma que tenho. Não que esteja sendo fácil, mas eu e minha parceira estamos tirando de letra, sim!

Comecei na escola nova e tal foi minha surpresa quando descobri que a nomenclatura estranha queria dizer EJA: Educação de Jovens e Adultos! Ui... Gelei nos primeiros minutos, mas foi rápido para que eu me centrasse... E adorei! Creio que será uma troca riquíssima. Espero estar preparada para isso! São turmas bem mistas, de pessoas com histórias bacanas, histórias de luta, de regeneração, de encontro consigo... Agora será o momento de colocar em xeque a tal MATURIDADE. Bora lá!

Hoje, sexta, gostaria de ter feito de algo individual, coletivo. Seria um golpe de mestra! O fato de não ter uma fita em mãos me atou. Nada acontece por acaso!

Aaaaaaaaaaaaaaaaah... Tava louca pra usar o vestido novo! E coloquei! E fui! E que se lasque que é um vestido pra usar em festa... Tô nem aí! Aliás, o raciocínio foi: Hoje será um dia de festa e todos os dias serão pensados desta forma.

Agora tô aqui, na escola nova, pensando que, daqui à pouco, tenho um encontro bom. Meus pensamentos estão um tanto difusos, mas tô muito querendo que tudo entre nos eixos e que, à partir de logo tudo fique do jeito que quero.
TUDO DE BOM PARA TODOS NÓS!!!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sobre todas as (últimas) coisas...

(Fio de Cabelo - Junina)
(registros do Jeff - André, Karu, Dani - Junina)

Hoje falamos, eu e o Du, lá na São Judas, num projeto de Orientação Vocacional, promovido pela universidade. Fomos a última dupla a falar sobre o curso (oferecido pela escola - Du) e as (possibilidades no campo de trabalho - eu) e a professora Zenaide (Psicologia) nos deu os parabéns. Disse que fomos a dupla perfeita para fechar o trabalho. Eu fiquei bem contente, pois, demos conta do recado com muita maestria.
Bem:
- A festa junina foi do BC (Bando de Cachaceiros): Carla, André, o Carlos, o Thi, a Dani e o Jeff. Na verdade, foi festinha adolescente, né? Deu meia noite todos foram embora e, pra variar, sobrou cerveja! A Carla não está mais bebendo, pois se tivesse tinha faltado!
A carne louca tava perfeita, Carlota. Almocei e jantei. O Carlos trouxe cuzcus (rsrrsrrs) e o Thi, Paçoquita light... Ai, só o Thiago, mesmo! Eu consegui fazer o vinho quente! Yes!!!
Estava com muita saudade dos meus amigos... A gente tem se visto quase nada, mas mesmo de longe eu AMO vcs!

- O transporte das coisas para a casa nova: ontem a Ailta (irmã) e o Pop´s (cunhado) levaram uma parte das minhas coisas para a casa nova. Tô estranhando meus sentimentos em relação a minha decisão de morar sozinha. Tô meio fria, meio out... Talvez porque eu saiba que, a qualquer momento, posso "desquerer" tudo... Tô vivendo, me deixando levar, até! A sensação de que nada me pertence e eu não pertenço a nada. Sem raizes! Creio que seja porque meu ideal é bem outro. Este é só um primeiro passo... E sei que tenho que cuidar para não pisar em falso! Meu sucesso depende da capacidade que tenho de entender o diálogo entre minha razão e intuição e aceitar o que tenho como resposta, mesmo que seja algo que não me agrade.

- O ato de presentear no dia dos namorados: não é pelo objeto, mas pela simbologia do dar/receber. À mim não importa o que ganhei, mas o ato do receber; constatar o brilho nos olhos, a expectativa da pessoa presenteia... O saber como o outro me vê, o que ele pensa sobre mim, que vem expresso nas entrelinhas do que se dá. O cuidado na escolha, para mim, tem a ver com o cuidado com o par, com a relação... Que fosse um desenho, uma flor colhida num jardim... Para mim isto é muito sério e muito revelador! Ganhei chocolates... O chocolate, aos meus olhos, expressa uma sensualidade ímpar! A rosa de plástico me leva à analogias diversas: paixão, longevidade... O desejo é o elo delicado e frágil que me liga a esta pessoa!
- Sobre este momento da minha vida: estes dias estão muito frios. Não gosto dos dias de outono e menos ainda do inverno. Me deixa melancólica. São momentos em que preciso cuidar pra não ficar intropectiva demais, senão me perco.
No mais...
Amanhã vou pra casa nova e volto na sexta!
Beijo-me-ligááááááá!!!

Preciso falar sobre:

- A festa junina aqui em casa;
- O transporte das coisas para a casa nova;
- O ato de presentear no dia dos namorados;
- Sobre este momento da minha vida.

Fica para mais tarde. Hoje eu vou falar na Universidade São Judas Tadeu (onde me formei em Educação Artística) num programa de Orientação Vocacional. Talvez acenda-se mais uma luz no atual caminho que percorro.

Tô sentindo uma leve vontade de estar feliz, mas tem um medo que insiste em se fazer presente. Parece que a névoa escura que apareceu nas cartas no ano passado, acima da carta 24, está se dissipando, porém tenho receio do que posso enxergar atráves dela. É complicado, também, viver sem as coisas que nos incomodam há anos.
Um dia ouvi a seguinte pergunta: "vc está preparada para viver sem todas as coisas que te atrapalharam até então?" Óbvio que respondi que sim! Mas, sempre fica uma desconfiança: "-Ih! As coisas estão muito bacanas... Vem chumbo por aí!". Quero me livrar disso. Quero e preciso confiar!
"EU CONFIO NO FUTURO. CONFIO, CREIO E TENHO FÉ!!!"
AMÉM!

sábado, 13 de junho de 2009

DIA DOS NAMORADOS!!!

NAMORAR
Namoro é verbo, é atitude! As pessoas namoram porque se apaixonam e a PAIXÃO, segundo os estudiosos, é a reação química que leva à atração física, à euforia, ao desejo de estar com determinada pessoa. O cérebro gosta da novidade e atua de forma a nos convencer a ter o que ele quer: a quebra da rotina.
O namoro é a opção pela aproximação. Daí, os apaixonados permitem-se a se conhecer. Namorar é estar entregue a nós próprios, à vontade de estar com alguém especial. Compartilhar sonhos e esperanças, independente das almas serem gêmeas ou opostas. A afinidade de caráter e a confiança entre os pares é fundamental.

Já o AMOR, é a atitude misturada ao sentimento, tudo junto: emoção! Também é escolha, porém surge da vontade de construir algo. É a vontade de prolongar a sensação de felicidade. É busca de concretizar sonhos. Tem a ver com paciência, tolerância, compaixão, com "colocar-se no lugar do outro". Compreensão, acolhimento, ternura, aceitação e delicadeza. É predisposição!

Tudo é troca; ação/reação; causa e efeito.

Segundo Rochefolcald, “as pessoas não se enamorariam se não tivessem ouvido falar tanto em amor.”
Tudo isto são divagações minhas na tentativa de vasculhar o que trago em mim: o que sinto e o que penso.

Na vida tudo é provisório, inclusive nós. A felicidade depende 50% de nossas escolhas e 50% de algo completamente incontrolável e imprevisível: sorte.

Amadurecer significa refinar a percepção que se tem do mundo, reavaliar idéias, mudar de opinião. Experimentar sensações que antes nem ousávamos.

O amor existe, sim! Vide CARTAS PORTUGUESAS, de Mariana Alcoforado.
É uma emoção intensa, sublime, essencial, motivadora. É ele que faz as bocas se unirem, os corpos se abraçarem. O amor é e sempre será poderoso... Mas, o tempo lhe é um adversário à altura.

Quando o amor e o tempo se confrontam, o amor às vezes ganha, às vezes é o tempo. Contra a sorte, não há quem possa.

(Referência: Martha Medeiros.)

Depois da saga da chegada...

... Estou de volta à SCSul!
Saga, porque eu ia pra um lugar, depois para outro e, por fim, fui direto pro apê... Depois de me perder em Itaquera/Guaianases/Cidade Tiradentes, claro! Tudo por não ter confiado nos meus olhos! Aí, perdi meu Bilhete Único (depois achei, com a ajuda de São Longuinho!).
O pior foi não saber onde eu estava e nem pra onde eu tinha que ir. Aliás, sabia: pra um lugar onde não existe ponto de referência, além de mata e prédios. Eu dizia: "- É um lugar onde as ruas tem nomea de atores mortos!" Privilégio, não? Henriqueta Brieba, Jofre Soares, Paulo Gracindo, entre outros.
Depois de horas rodando nas lotações paulistas, consegui chegar... Ufa!
Antes de imergir na criação, tratei de ir à caça (mercado): incenso, vinho, doce... Tudo que uma pessoa precisa para passar dois dias inteiros e se sentir estimulada a criar.
Mergulhei em Mariana... Trabalhei da forma mais precária, mais braçal possivel: caderno e caneta - tudo manuscrito. Coisa de gente doida, para falar a verdade, com tanta tecnologia disponível!
Fiquei horas seguidas escrevendo: bolha, cãibra... Horas sentada no chão!
Pra dar uma distanciada, por vezes, sentava-me no encosto do sofá e ficava olhando através da janela. Tem uma mata do lado de casa e não poderei nunca entrar lá... Aquilo, logo virará prédios, querem apostar???
Bem, foi um processo intenso de "criação", se assim posso dizer. Visualizei cenas inteiras; ações externas e internas; meus "cantos" (ambientações)... Comecei com Mariana aos 10 e só parei com chegada de Chamilly em Beja. Este elenco será grande! Imaginem 10 mulheres dividindo um espaço... Imaginem 10 mulheres surtando em TPMs!!! Imaginem "EU", de TPM, surtando com 10 mulheres em TPM!!! Ui...
Mas, gostei do lugar onde cheguei, gostei da forma como o processo se deu. Propus-me uma meta (por pouco não me desvio - prazer!) e embarquei. Pensei em mim, pensei no espetáculo, pensei na minha parceira, pensei no que quero e no que tenho... Deu tudo certo, foi perfeito!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Na casa nova...


Não tem rádio, nem tv, nem pc... Por isso, ME LIGUEM!!! Ainda não me acostumei a estar sozinha embora eu goste de, em momentos, estar só.
Fui!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Tô sentindo um monte de coisas, mas...

... Não me animo a escrevê-las. Vou ficar todos estes dias na casa nova. Serei obrigada a criar, já que não terei à mão nada que possa ser enfiado na tomada. Levarei livros, cadernos, canetas, comida, páginas impressas e algumas roupas. Vou chamar isso de imersão... retiro... Eu sei lá!
Na verdade, minto, pois sábado estarei por aqui. Terá Festa Junina aqui na minha casa de SCSUL. Tô com muita saudade da galera do BC! As Universiotárias tb vem... Já dá pra fazer uma big festa com direito a simpatias para Santo Antônio!
No mais, beijo-me-liga!

Mais D. Monta!


Ontem, depois de um dia mega cansativo (tudo, no fim, deu certo e, com o aval de uma psico: Yes!) fui pro estudio do Tadeu (Tadeu Loppara) fazer mais fotos. Desta vez encenamos a Lei de Murphy, segundo D. Montanha. Sinto que esta personagem é mais esperta pessoalmente do que nas fotos (toda atrapalhadinha, coitada!).

Foram 3 mentes (perigosíssimas, por sinal: Eu, Cari e Tadeu!) criando, e eu fui executando sem pensar muito. No fim, quando vi o resultado... Não tive como não me apaixonar!!! Pela primeira vez olhei para ela de forma bem aberta, receptiva, sem preconceitos.

Admiro os artistas que pesquisam, que se dedicam ao trabalho com o clown e com o palhaço. Adoro os Doutores da Alegria, acho o máximo o trabalho do Claudio Carneiro. Tem o Du e os artistas do Jogando no Quintal (que são show!).

Da minha parte, é mais uma brincadeira, mesmo! Acho que faço certa graça sem a máscara. Tenho um humor ácido, ferino. Mas, a D. Montanha me permite transformar isto em Arte.

Maquiar, tirar a maquiagem, vestir aquele monte de roupas é sempre muito trabalhoso, e me cansa um pouco. Mas conseguir lidar com uma situação de bate-pronto, entrar num jogo sem pensar muito e me sair bem é, realmente, motivo de muito orgulho, pois sou tão aquariana, tão racional.
Gosto das idéias que tenho, gosto das idéias que temos (AS UNIVERSIOTÁRIAS), enfim... Que seja, então!

Lê!!!

Vc foi muito preciso: auto-estima (ainda se escreve assim???). Aliás, gosto das suas palavras, sempre! Obrigada, querido!
Não sou melhor do que ninguém, mas sinto-me bem sabendo que tenho as qualidades citadas. Primeiro é preciso agradar a mim. Os outros que se agradem de mim!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

PRECONCEITO

Sorte de hoje: Preconceito é opinião sem conhecimento.

Por momentos breves, me permito ter sentimentos menores. Fico feliz por ser inteligente, articulada, culta, erudita, por saber escrever bem...
Saber destas minha qualidades faz com que eu não me nivele por baixo.
Minha opinião importa apenas para mim, mas bom saber que tenho algo mais, além da beleza. Sei que o amor, a paixão, principalmente o desejo releva muitas coisas e que ninguém é melhor do que ninguém, mas isto faz com que eu me sinta melhor...

Mais uma vez!

"O QUE CONTA SÃO AS AÇÕES E NÃO AS INTENÇÕES!"
Fábio, a frase caiu como uma luva!!! Infelizmente!
Infelizmente...
Creio que eu mereça, sim, o ponto (eu e meu sistema numérico para comigo mesma!!!) e me dou com todos os louvores. Minha atitude foi digna desde o início e tem sido até então. Pérolas aos porcos? Possivelmente... Provavelmente!
Uma pena! Eu fiz planos, quis realizar desejos... Também apostei fichas!
Realmente, uma pena...

"Na história do poeta a menina acreditou..."

CASA NOVA

Bem, finalmente eu estou de casa nova... Não assim como eu gostaria, mas já passei minha primeira noite. Fiquei horas sozinha sem rádio, sem tv, sem computador. Gritei por Fernanda quando bateu a fome.
Descobertas: padaria, vídeo locadora e... perfumaria! Se bater a deprê, pinto as unhas!!!
J*** me fez companhia. Eu quis contar, dividir, ouvir, trocar... Estava ansiosa, afoita e feliz. Mais um passo novo!
Descobri, tb, que estou pertinho do Olga... "Vc atrai aquilo que vc vibra"... Olha aí, as palavras se materializando...
Hoje tracei novos planos ou sonhos, ou desejos: morar na Vila Madalena! Lá tem uma EMEI. Vou pontuar muito para conseguir em 2011. A Vila Madá é um bairro bonito, meio interiorano, meio cosmopolita com muitos espaços culturais. Local onde posso desenvolver meus dois trabalhos!
É um lugar que é a minha cara, que tem meu jeito. Perfeito!
Em princípio estou na Z/L: Itaquera-Guaianases-Cidade Tiradentes e vou ser (já estou sendo!) muito feliz! O Universo conspira em meu favor!
Amém!!!

sábado, 6 de junho de 2009

Sim, futilidades!!! Yes...

(Eu e Zeferino)
Estou dois quilos mais magra! Faz pouca diferença para quem engordou 7 em um ano, mas, já é algo para se comemorar (discretamente!).
Ontem chegaram minhas encomendas: um tênis (que eu podia ter comprado em qualquer loja) e um tênis-meio-bota com pompons. Sim, uma bota com pompons, sim! Meio perua, sim!!! Rsrsrrs... Ainda não encontrei o meio termo entre ser mocinha e moleque!
Ah, ganhei um coturno. Já queria ter um há algum tempo (tipo há uns 20 anos, desde que o meu foi pro lixo, rsrrsrrs!!!). Minha irmã bem que tentou interceptá-lo, pois a Camila deu para mim. Ciumenta! Mas, ficou lindo no meu pé 33...
A Carina trouxe muitas roupas, mas só experimentei os vestidos (sou louca por vestidos!). Até pensei que, desta vez, eu podia ter algo com mais cor, mas os pretos ficaram mais que lindos em mim. O outro vestido que comprei precisou ser trocado por um manequim... Menor, yes!!!
Hoje comprei bolsas e uma mochila ("emensa" pra variar). Já estou com vergonha de sair por aí, de macaco agarrado em minhas costas ou só de mochilão. Meu lado mocinha me fez comprar bolsas de menina. Comprar significa escolher e não perguntar: quem tem uma bolsa para me dar? E usar qualquer uma...
Quanto ao mochilão... Não tem jeito! Enquanto eu não perder este medo de dirigir, vou ter que andar de mochila para lá e para cá. Agora tem mais um destino na paradinha, né: minha casa nova! Aliás, agora eu devia estar empacotando as coisas para levar para lá. Não vou conseguir mudar definitivamente esta semana, mas já vou levar algumas coisas. Amanhã, domingo, já vou dormir lá.
Bem, daqui à pouco vou no Centro, cumprir minhas obrigações espirituais. Na verdade, não me sinto obrigada. Gosto e gosto muito! Não sei o quanto ajudo e o quanto sou ajudada, mas me faz bem.
Puxa... O ser humano é mesmo de uma profundidade infinda, né? Não há maniqueísmos! Gosto de me arrumar (gostos, à parte!), de comprar coisas bonitas, mas, também, prezo pela beleza da alma...
Humm... Alma, Zélia Duncan... Gosto!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Me revelando em Clarice...

"Sou o que se chama de pessoa impulsiva.
Como descrever?
Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou maduro bastante ainda. Ou nunca serei.”
Lembro-me de poucos momentos onde não ocorreram acontecimentos intensos na minha vida, lembro-me de poucos momentos de calmaria. Num destes momentos turbulêntos eu precisei voltar a fazer terapia. Reiki, com Akiko! Akiko dizia, dentre coisas bem sábias e bem observadas: "Eliana, você precisa crescer" e eu respondia que não queria perder esse olhar lúdico que eu tinha diante das coisas, pois os acontecimentos já eram tão tensos, estava sempre sob tensão, no meio do caos e esse meu lado infantil, me matinha em certa leveza, meio válvula de escape. Agora eu entendo quando ela dizia que eu não precisaria "perder". Amadurecer seria um ganho!

Me revelando em Clarice...


... estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.
Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.

Um diário

Um diário é um amigo? Uma companhia? Também. Mas é sobretudo a duplicação da gente mesmo, espelho que não se apaga quando o rosto se retrai ou muda, álbum de retratos que conserva muito mais que um belo sorriso e a paisagem de fundo. Quieto, compreensivo, calmo, o diário está ali, aberto e limpo. Oferecendo seu espaço, no qual você vai desenhar a sua vida e ele apenas... receber. Ele não tem recriminações a fazer, ele não diz que a culpa é sua, ele não encosta dedos na ferida. Como uma cama, como um mar, ele recebe. Você escreve muito se a emoção é forte, vai e volta e repete e repisa o mesmo assunto. Ninguém conta seu tempo, ninguém conta suas páginas. Você pode escrever até a mão cansar, até a alma aliviar. Você pode escrever e escrever e escrever. Ele aceita. E quando não quiser escrever mais, é só fechar e guardar o diário que ele mais nada exigirá. Não me diga que não tem o que contar. Você é o centro do seu universo, nada é mais importante do que aquilo que lhe diz respeito. Isso é que faz o encanto do diário. Se fosse usado apenas para registrar a queda do governo ou a evolução dos projetos orbitais, seria desnecessário, porque para isso já existe a imprensa, os arquivos, os registros da memória nacional. O diário serve justamente para conservar o pequeno acidente humano e individual, sua discussão com um amigo, o namoro lancinante, a dúvida sobre a roupa para usar naquela festa... O diário serve para conservar você. (Marina Colasanti)

Finalmente sexta!

Tenho me mobilizado para fazer acontecer. Ontem, quinta, eu e Cari nos encontramos para fazer a seleção de textos do nosso trabalho com as Clowns. Vamos trabalhar com obras da literatura de algumas escritoras e com músicas de meninos. Tentar fazer este contraponto do ser menino e do ser menina durante a adolescência. Ai, como dói adolescer! Cá entre nós acho que ainda não saí de todo desta fase. Faço uma visita ao ser adulto, vez em quando!
A encenação está em suas mãos, certo, Cabeça? Vou fazer o que vc mandar!... Será que consigo???? Rsrsrrsrrs...
Aí, fiquei para ver o ensaio dos meninos da D*****. Eles estão ensaiando músicas próprias para gravar cd. Gostei do que ouvi! Gosto de prestar atenção nas letras e ficar imaginando para quem foram escritas e por que... Se eu fosse cantora, não conseguiria gravar qualquer coisa. Só gravaria musicas que me traduzissem. Eu só gosto de músicas que me pegam pela alma. Não sei se sou eclética, mas gosto de tanta coisa... Gosto de musica de menina!
Daí, fui com meu gato... Meu gato sério! E fiquei pertinho dele até que ele foi trabalhar, no finalzinho da madrugada. Ele foi e eu fiquei...
O meu sonambulismo ainda me matará de vergonha: lembro-me muito vagamente dele se despedindo de mim e mais vagamente ainda de ter perguntado algo sobre correspondência biunívoca!!! Caramba, mano, da onde eu tirei isso? Sempre fui péssima em matemática, tomei bomba na quinta série (D. Chica, maledeta!) só em matemática.
Conversas esparsas... Conversas sérias... Conversas reveladoras... Conversas... Eu precisava!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Como sou...

Meeeeeeeeeeeeeeeeu Deeeeeeeeeeeeeeeus!!!
Como sou fútil, vaidosa e boba! Como sou infantil...
Eu quero encher esta página de Clarice. Eu quero só escrever Clarice porque agora, neste momento, às 22h07 ela me traduz mais que tudo. A tríade: chá mate (com muito açucar!), Roberto Carlos (De Tanto Amor!) e Clarice Lispector é mais que perfeita para esta noite fria.
Não, não estou melancólica! Estou apenas me passando a limpo. A vida não permite ensaios, mas é nossa obrigação voltar atrás e refazer certas coisas, rever outras... Constatar!
Ando na rua de mãos dadas ou abraçada com minhas amigas e com minha irmã do meio; entro no trem, me jogo em qualquer canto e fecho os olhos até chegar na minha estação, mesmo estando arrumada, de salto alto (imagina se um pai/mãe de aluno me vê!); digo pros meus amigos o quanto eu os amo e sei que, primeiro eles se espantaram com meu "exagero", mas agora eles tb dizem! Eu ando pulando e cantando (a Fernanda da CCR - adm) me descreveu assim pra um rapaz certa vez e eu, que nunca havia reparado, vi que era verdade. Primeiro me senti ridícula, depois, nem liguei! Fazer o que?
Meu reino por um vestido bonito... por ser ouvida numa piada mal contada...
Me exponho tanto, mas meu orgulho não me permite dizer certas coisas olhando em certos olhos... Tenho medo, Clarice!

VOU CONTAR UM SEGREDO, MAS NÃO CONTA PRA NINGUÉM!

Aí, tô ouvindo Roberto Carlos e lendo Clarice Lispector... Acho que descobri um segredo e vou contar, porque só sei guardar segredo por interesse, mesmo que o interesse seja guardar a amizade.

O segredo:
"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali.
Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
Foi a Clarice quem me contou... Descobri que não posso deixar que os fios se rompam... "Porque sou uma Alcoforado e quero tudo na hora!!!"

Surpreendentemente...

Eu falo, escrevo e parece que o assunto não esgota! Não gosto da idéia de ficar remoendo e reforçando certos assuntos. Ontem me senti uma porta! Fabinho entendeu perfeitamente. A técnica de fala firme e mostrar que manda não funciona com a criança, mas com o adulto. Não quero mais ter que gritar! Minha garganta já está irritada (sentido figurado). Eu estava pensando uma coisa, sentindo outras (que não conto para ninguém, pois são leituras de entrelinhas que dão até medo!) e me chegou outra ainda... Pensei nos Fábios. No Fabinho porque ele dividiu coisas comigo; no Fábio porque os conselhos dele estão latentes e no Fá porque quero que ele esteja bem. A intenção não foi machucar ninguém! Nunca é! Creio na maldade incondicional, mas não foi o caso... Tem autodefesa, devolutiva de sentimentos, verdades pessoais, não quereres...
No momento? Tô sentindo inveja (mesmo! Não tem esse papo de inveja do bem. Inveja é sentimento negativo. O contrário é a admiração!) de umas fotos que vi. Achei aquilo lindo e é o que eu quero. Não aquele, mas aquilo: o ato, o símbolo, o objeto e, principalmente, todo o sentimento que deve estar por trás. O sentimento é o que mais me interessa! Eu sou uma aquariana e preciso das fisicalizações. Preciso ver, preciso sentir, preciso tocar...
Ontem foi um dia que ouvi palavras, senti as entrelinhas delas...
Li, que bom te ouvir e Fabinho, que bom te ler... Gato, que bom te ler e te ouvir!
Eu espero acontecimentos...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

SATISFAZENDO DESEJOS...

... (Compras!) vendo Marília Pêra cantar Roberto Carlos... Aproveitei para baixar umas musicas dele que gosto muito, pensando em dedicá-las à alguém especial. Marília começou muito, muito bem... Eu estava só ouvindo e parei minha busca para constatar a dona daquela voz poderosa. Pouco tempo depois achei que havia (para o meu gosto!) um exagero na dramaticidade da interpretação. Ela, na minha opinião, é uma das últimas divas das Artes Cênicas, mas "o menos" lhe cairia como uma luva para 120, 180, 200 km. Foi a melhor, apesar de tudo!
Bem, aí tem as músicas que me traduzem... Vou postar as duas do dia. A primeira é composição do Wando (eu assisti o show dele na Virada Cultural e gostei de estar lá, mesmo estando ele com sua banda invisível!). Esta fala do passado. Falando sério no presente e a proposta fica pro futuro... Futuro breve... Que seja!
A MENINA E O POETA
Virgem, menina morena,
Nos cabelos uma trança
No rosto um jeito criança
Na voz um canto mulher
Virgem, menina morena,
Nos olhos toda a primavera
No corpo uma longa espera
Coração banhado em fé
A tarde corre pra noite
A lua desperta sorrindo
A menina na janela
Botão em flor se abrindo
Nasceu o primeiro desejo
Conhecer o primeiro amor
Na história de um poeta
A menina acreditou
Na história de um poeta
A menina acreditou
Mas o poeta foi um dia
E até hoje não voltou
Ninguém sabe o caminho
Que o poeta levou
O vento que foi com ele
Um dia por lá voltou
Mas só que voltou sozinho
E a menina chorou
Na história do poeta
A menina acreditou
E dos olhos da menina
Uma lágrima rolou
E dos olhos da menina
Uma lágrima rolou...
Falando sério...
É bem melhor você parar com essas coisas
De olhar p'ra mim com olhos de promessas
Depois sorrir como quem nada quer.
Você não sabe
Mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez
E tenho medo de fazer planos
De tentar e sofrer outra vez.
Falando sério
Eu não queria ter você por um programa
E apenas ser mais um na sua cama
Por uma noite apenas e nada mais.
Falando sério
Entre nós dois tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira p'ra me arrepender.
Proposta
Eu te proponho
Nós nos amarmos
Nos entregarmos
Neste momento
Tudo lá fora
Deixar ficar...
Eu te proponho
Te dar meu corpo
Depois do amor
O meu conforto
E além de tudo
Depois de tudo
Te dar a minha paz...
Eu te proponho
Na madrugada
Você cansada
Te dar meu braço
E no meu abraço
Fazer você dormir...
Eu te proponho
Não dizer nada
Seguirmos juntos
A mesma estrada
Que continua
Depois do amor
No amanhecer...
Eu Te Proponho!