Gritomudo

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quarta-feira, 11 de junho de 2014

As 4 estações... E o amor!

Quando penso na fantástica ciclicidade da vida, não posso deixar de me sentir agraciada por fazer parte de tão sublime e divino movimento, por mais inaceitável que ele possa nos parecer algumas vezes.

Nascer, viver e morrer nada mais são do que ciclos de uma mesma intenção: a de existência absoluta de tudo o que fomos, somos e seremos, até o infinito inimaginável.

E me pego, então, submersa na perfeita e inevitável ciclicidade do amor, dos amores, das experiências amorosas, dos encontros sedentos de uma força amorosamente poderosa, a ponto de desfazer todos os medos e libertar toda a ousadia de amar...

Impossível seria falar de ciclos, perfeição e amor sem fazer referência aos mais inspiradores e absolutos ciclos da natureza: as quatro facetas do tempo, dos elementos, das temperaturas e dos temperamentos.

Primavera, verão, outono e inverno, começam e recomeçam, sem nunca terminar, como se dançassem – vida e amor – num deslizar constante sobre o chão do mundo, no sutil compasso do criador, num ininterrupto desabrochar, florescer, desfolhar e morrer, tão belamente, tão magnificamente, embora quase nunca consigamos perceber...

Porque, infelizmente, nos apegamos, atribuímos pesos e medidas ao que não nos cabe mensurar. Porque nem notamos o espetáculo que pulsa em cada um de nós. Ah! Se nos permitíssemos viver intensamente cada ciclo... E se a cada um deles nos entregássemos completa e irrestritamente, desfrutaríamos do que pode haver de mais inebriante...

Primavera... olhar... o encantamento... o despertar da semente, do amor em potencial...
Verão... encontrar... a paixão... o fogo que arde e fertiliza... floresce num gozo de vida, cheio de sol... amor feito larva de vulcão em chamas...
Outono... desnudar... o despedaçar para encontrar-se nu, autêntico, esvaziado de ego, de expectativas, de ilusões baseadas em cores, formas, flores... amor maduro. O outono é, para mim, a estação mais bela do amor... quando o que permanece é a essência, a visão clara do que cada um é, “com todo seu tenebroso esplendor”, como é o amor...
E, por fim, o inverno... despedir... a interiorização... a introspecção, a sabedoria do desfecho, a beleza oculta da morte...

Mas não a morte do fim. Nunca o fim! Sempre o recomeço. Uma maravilhosa oportunidade de tornar nova todas as sensações, todos os sonhos, todos os sentidos, toda forma de amor... Porque vida e amor são divinamente cíclicos e perfeitos!

Da Rosana Braga
...

*Há alguns pouco dias, coincidentemente, que tenho pensado sobre um 'sonho de uma noite de verão'. Acontecimento que fez desta estação, tão escaldantemente ensolarada, ainda mais intensa! Estas paixões, quase que adolescentes, me causaram um turbilhão de emoções e hj 'sou total sentimento'.
História que terminou sem adeus e história para a qual é preciso dizer adeus... Um amor de verão cruzou a ponte perpassou estações e um outro que morreu antes que chegasse à praia.
Mesmo assim toda confusa, despeço-me agradecida de tanta história... Para, quem sabe, começar outra!






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