Gritomudo

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sábado, 8 de dezembro de 2012

*Eu, hoje, joguei tanta coisa fora...

...Palavras, imagens, e até objetos. 
A prática do desapego para mim é muito complicada porque, ao mesmo tempo que gosto de novidades, gosto, tb, das coisas velhinhas. Só Deus sabe o quanto está sendo difícil me livrar do velho Horácio (meu computador verdinho, um arremedo de Macintoch). Costumo guardar muito papel, porque adoro anotar... Uma forma de 'aprisionar' o aprendizado, talvez.
Este é um momento propício, mesmo, para se desfazer de 'coisas velhas': ano novo, vida nova e tals, mas no meu caso, é pela busca do equilíbrio.
Minha casa sempre foi meu porto seguro. Adoro viajar e cair na vida, pra depois voltar, me enrolar no cobertor peludo e me jogar nos travesseiros duros do 1,99.
Nestes últimos tempos não tive mais o desejo de voltar. Sabia o que me incomodava, porém o que estava nas entrelinhas realmente me surpreendeu.
Nos ultimos 5 meses umas presenças 'interessantes' passaram a fazer parte da minha rotina, mas sempre estranhei uma outra presença nessa história toda.
Algumas coisas se tornaram claras, por meio de reflexões.
Foi aí que resolvi (tardiamente!) eu mesma varrer, lavar, recolher e organizar (não sem reclamar pra caramba, é claro!). Me falta 'talento' pras coisas 'do lar', mas é como se fosse necessário, alquímico... Como cozinhar de vez em quando, para manter uma energia ancestral (se assim posso dizer!)
Não sem antes sublinhar uma decepção (porque, por mais 'atravessadas' que algumas coisas se mostrem, eu sempre creio no positivo, no melhor, que sempre pode dar certo. Quando há restrições e cuidado, acabo crendo que é algo a ser superado.), agora consigo deixar que as palavras cheguem.

Tudo bem
Quando termina bem
Os seus olhos
E os seus olhos
Não estão rasos d'água
Mas eu sei que no coração
Ficaram muitas palavras
Um vocabulário inteiro
De ilusão...

Tudo que viceja
Também pode agonizar
E perder seu brilho
Em poucas semanas
E não podemos evitar
Que a vida trabalhe
Com o seu relógio invisível
Tirando o tempo de tudo
Que é perecível...

É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...

Tudo que morre
Fica vivo na lembrança
Como é difícil viver
Carregando um cemitério na cabeça

Mas antes que eu me esqueça
Antes que tudo se acabe
Eu preciso
Eu preciso, dizer a verdade...

É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...
É impossível...
 
Essa música ilustra uma história pra qual (não tão desavisada!) abri as minhas portas... Porém fui terceira pessoa, elenco de apoio, onde, pela lógica, eu seria atriz principal.
Agora eu entendo cada "'isto' não é meu'.
Vivi na energia de um luto que não me pertencia. Comi, literalmente, no prato e com os talheres... Eis a importância de chorar os mortos, ainda estejam vivos numa outra história.
Engraçado, eu, uma pessoa que pouco pode contar com o elemento sorte, ser a 'sorte' de alguém...
Mas, tamanho impulso do 'Universo', fui revés, tb.


*Frase de música dos Paralamas (Tendo a Lua)

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