Gritomudo

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domingo, 5 de março de 2017

Desopilando...

Então, a cabeleireira propôs de abrir o salão mais cedo, só pra me atender. Às 9h em ponto, eu estava lá, pois às 11h eu já deveria estar pronta, na porta de casa com toda a parafernalha: dia de celebrar casamento!
Pretendia estar no local por volta de 13h, já que era outra cidade e estava feliz da vida por ter companhia de amiga, parceria tão legal em outra cerimônia.

Havia recebido um recado de que a 'miga' só chegaria às 12h. Tudo bem, o casamento seria às 19h, embora a maquiagem estivesse marcada para às 15h, no local, estaria em tempo. 
Corri até o mercado e peguei várias guloseimas pensando em agradar a 'miga', pensando que, pelo horário, ela já teria almoçado. 

Ela chegou em casa por volta de 13h e eu, ansiosa, acabei abrindo o eniac e me envolvendo com o roteiro, havia tanto escrito. Logo, precisaria imprimi - lo novamente.

Num dado momento do caminho, ela super brava, me acusou de algo do tipo negligência, pois o carro dela, na semana, havia quebrado, ela estava com gripe, não havia almoçado e, para completar, estávamos perdidas.

BUEMBA!

Eu estava ansiosíssima com a responsabilidade de celebrar a cerimônia, pois NADA podia dar errado. Estava com o texto nas mãos, devorando as palavras, repassando datas, situações... E, de repente, fiquei sem ação. Segurei firme as folhas das mãos, consciente de que eu não podia entrar naquela energia, mas um segundo descuido pode ser tarde.

Sugeri que ela me deixasse no local e que voltasse para casa, se fosse para ter que lidar com aquela questão. Eu não podia prever que ela queria algum tipo de atenção diferenciado do de sempre, se ela queria que eu pagasse o conserto do carro (além da combinada gasolina e do lanchinho em lugar glamour, pois sei que ela curte e prometi à ela, coisa que não faço, que ficaríamos um pouco na festa, ela muito queria.).

Então, fui administrando meus sentimentos da forma que dava, mas, por mais que eu tentasse minha bolsinha destruiu, a maquiagem ficou horrível, o vestido que amo ficou horrível, a noiva atrasou muito, muito, muito, as surpresas que preparei para a noiva, aos meus olhos ficaram sem graça... E terminada a cerimônia, momento catártico, cujo desejo é aproveitar a maquiagem e cair no mundo, comer doces feito louca, tive que encarar parte da festa, que tava linda.

Depois disto, fiz um exercício de empatia e de resiliência, mas, a verdade é que, da minha parte, ela, que podia contar comigo para tudo, já não pode mais. Converso, dou atenção e até me preocupo com o bem estar dela, mas sou assim com quase todo mundo, mesmo, então, nada de especial.

Percebo que não tem sido fácil lidar com as sombras alheias e, dou - me a possibilidade de não entender isso como recusa, devido à projeção.
Perceber que, aos poucos, diminuo o círculo de amigos é fato. Não por descartabilidade, porque ainda acho que agregar é importante... Instinto de preservação? Em princípio, me contento com essa resposta.

Ando assim, meio cuidado - frágil!

Oh!!! Verdade! 
Cadê aquela fortaleza toda? Não sei se é necessária, mais.
Preciso aprender a lidar com as verdades que a realidade apresenta... Inclusive com as minhas mentiras.

Sem mais.
Obrigada, de nada.








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