Abri o caderno negro

Reflexões e conclusões...

Por vezes, minhas ações contradizem meus desejos. Não compreendo a mim mesma.
Um dia experimentei me encher de amor para ver o que acontecia: me tornei um imã. Me senti plena!

A felicidade é um estado, é uma conquista...

É difícil falar apenas palavras positivas, mas tento, quando lembro.
Muito raramente tenho estado em posição de serenidade. A serenidade é uma busca, em lugar da impulsividade. Ainda me deixo levar pelas emoções menores.
Reconheço as maravilhas, mas não consigo fazer escolhar sutis. Meu livre arbitrio não é tão livre assim... O orgulho me domina! Me deixo influenciar pela massa.
Ainda assim, sou grata pelos pequenos aprendizados.

Agora estou obrigada a ficar em silêncio. Já fiquei dias sem pronunciar uma palavra que fosse. Mas, ainda assim, nem sempre estou comigo. Fico vagueando em pensamentos que chegam a lugar algum. Reflexões sem conclusões.

Outro dia me perguntaram se eu sei qual é a minha missão. Respondi, prontamente, uma sentença composta de duas frases. Mas, depois, li em algum lugar que a minha missão é a que eu me atribuir. Que minha vida será do jeito que eu criar... Entendi e meu mundo caiu com o vento que sopra e me empurra.

Meu comportamento mudou pouco. Preservo os mesmos defeitos! Já, as qualidades, eu não sei...

Me falta a disciplina. Não sei esperar, não tenho paciência, pouco persevero...  Se há portas fechadas, eu esmurro, depois desisto. Controlo pouco as minhas emoções. Conflito é meu codinome. E sou surda aos meus próprios conselhos.

A única coisa que sei  é que há  amor em mim.
E tenho rancor, raiva e orgulho. Tenho tanto medo, que me encorajo. Me sinto inadequada! Não acho meu lugar no mundo. Por isso estou por aí. Meu comportamento é estranho. Vem do imprevisto e é imprevisível. Não sei o que esperar de mim mesma, como vou reagir diante de uma situação... Só sei como agir depois que já aconteceu uma vez! E as histórias se repetem, só mudam as personagens. Me assusto quando olho para uma pessoa e vejo outra...
Não sou aventureira. Gosto de ter os pés firmes, o que justifica a quantidade de sapatos que tenho... Mas, vôo!


O que é amor-próprio? Auto-estima? Auto-aceitação? Conceitos confusos! Não sei se me amo, não sei se me estimo e se me aceito. Gosto de ser artista. Interpretar me faz leve.

Já cansei de morrer e renascer! Agora uso menos o preto. Não combina com as cores da escola onde trabalho.

O amor muda a vida de uma pessoa. O desespero, também! No amor, ninguém pode machucar ninguém, senão não é amor. É tentativa de posse e abuso de poder.

Sem honra, sem dignidade e sem respeito não há liberdade. Para ser livre tem que ter maturidade. Liberdade não significa agir, mas saber como agir. Assumir as consequências é sabedoria!

Fiquei uma semana sem açucar porque não tinha, mas, não consigo tolerar a solidão.

Sei dos medos, das fraquezas, das fragilidades, da incapacidade de lutar contra as demandas fortes do mundo, mas eu finjo que sei. E quem vê, acredita!

Procuro me sentir responsável e não culpada pelo que não deu certo... Há diferença entre frustração e fracasso?

Não desafio os meus Demônios. Cada um no seu canto. A ele, eu só peço ajuda!

Entendi, uma vez que os encontros importantes da nossa vida já foram combinados pelas almas, antes mesmo que os corpos se vejam. Geralmente estes encontros acontecem quando chegamos ao nosso limite, quando precisamos morrer e renascer emocionalmente. Aí o Desconhecido se manifesta e o Universo nos muda de rumo. É o momento de aprender ou reaprender como se ama. Diz que é obrigação uma vez na vida queimarmos na fogueira das nossas emoções. Às vezes temos que reviver alegrias e dores, queda e recuperação, até que se enxergue o fio condutor que há por trás de cada novo encontro.

O amor mais forte é aquele que pode demonstrar sua fragilidade. Se o amor for verdadeiro, a liberdade irá vencer o ciúme e a dor que ele provoca... Uau!

Às vezes penso que seria bom me condicionar um pouco. Aceitar que tem coisas que são assim, mesmo. Tenho mania de achar que as coisas podem ser melhores. Idealismos à parte, só por ter experimentado algo de bom!

Amei rever duas antigas alunas dia destes... Moças lindas! E elas "- Nossa, parece que você está mais nova!". Me assustei e continuo assustada...

Tenho a impressão de que não sei querer nada. Não formulo, não faço planos, não tenho conceitos de vida. Falta intencionalidade e consciência. Minhas ações, quando mostram resultados, me surpreendem.
Não sei quem sou, mas sei que influencio os lugares por onde passo. Me sinto responsável por algumas coisas.

Aceito um monte de coisas, mas tem coisas que, por mais que me esforce, não consigo. Tem coisas que não acredito e não consigo me fazer de cega... Tem horas que fingir de surda-muda é sábio... Não tenho essa vocação.

Vivo como se não tivesse nada a perder... Mas, qquando perco dói!

Toda mulher, com um mínimo de sensibilidade, consegue ler os olhos de um homem.

 

Existem coisas na vida que valem à pena lutar até o fim. Eu sei que existem... Pena que eu desisto fácil!

Tenho a impressão de que a vida às vezes me pega desprevenida e me obriga a caminhar para lugares desconhecidos, mesmo quando não quero, mesmo quando acho que não preciso. Nestes momentos tento me convencer de que confio no Futuro.

Que venham os milagres!!!

"O amor é sempre novo. Não importa que amemos uma, duas, dez vezes na vida - sempre estamos diante de uma situação desconhecida - O amor pode nos levar ao inferno ou ao paraíso, mas sempre nos leva a algum lugar. É preciso aceitá-lo, porque ele é o alimento de nossa existência. Se nos recusamos, morremos de fome, vendo os galhos da árvore da vida carregados, sem coragem de estender a mão e colher os frutos. É preciso buscar o amor onde quer que ele esteja, mesmo que isto signifique horas e dias, semanas de decepção e tristeza."

Faz tempo que não faço da vida de ninguém um inferno... Não sou mais a mesma, definitivamente!!!