Gritomudo

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quem sou eu???

Na verdade nada é o que parece ser...
Tenho a impressão de que o superficial contenta. Deixa-se levar por uma imagem, por uma caricatura, uma personagem, um recorte de persona.
Quem mais sabe de mim não é o espelho do embaçado camarim, nem as janelas de casa, nem o vidro que cobre a tela da tv.
4 horas por dias, espaçados, não são suficientes para saber de alguém e os livros não alcançam o que mal a Psicologia alcança. Limitar alguém a 3 ou 4 traços é esboço!
Minha vida é cheia de som e fúria. A liberdade vem da segurança, mas não me seguro. Tenho, sim, a vida no seguro e, sei que nada me paga. Não espero, tb, nada em troca, mas espero o mínimo.
Às vezes, me contento com o que vejo na revista, às vezes parto pro abraço e vou ver de perto.
Às vezes, me rendo, às vezes mergulho... Compro o que não devia; não sei dizer não para o que não quero; me disponho a ajudar, mas não me ajudo. Quero entender tudo, mas tenho a capacidade limitada.
Vivo às turras com minha sombra e vejo os meus defeitos. é o mínimo que posso fazer pro mim!
Às vezes, sou o que vc quer que eu seja e gosto. Às vezes, tenho a impressão de que ver as coisas que eu digo se materializarem. Às vezes tenho a impressão de não caber dentro de mim. Uma alma que é maior que o corpo, por isso engordo. Não quero explodir!!!
Agradeço à Clarice por ter descoberto a perfeita combinação de palavras que traduzem meus sentimentos com tanta precisão, que até assusta, mas ainda não sou só isso...

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."


"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calma e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre."

"...estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda."


(Clarice Lispector)

Hoje é um daqueles dias em que minha vocação religiosa vem à tona e me faz querer ser monja no Tibet, me infurnar num convento, me tornar eremita, criar asas, virar Anjo...

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