E...
...a bem da verdade, eu amo essa possibilidade da escolha.
Amo meus momentos solitários, meu barulho, minha cantoria, o meu silêncio, minha bagunça organizada, andar descalça no escuro e mesmo quando tropeço nos sapatos que largo pelo caminho.
A pia cheia de louça, a geladeira quase sempre vazia, a falta de água potável, a cama sem colcha, os meus brinquedos (de criança adulta), minhas cores fortes, a parede escrita, as bolas vermelhas da parede da cozinha, o cheiro dos meus cremes e perfumes quando abro a porta de casa, as janelas que dormem abertas, o cobertor largado no 'sofá que abraça', os 'quilos' de guloseimas que compro quando vou ao mercado, pipoca com chá no fim da tarde, as saídas loucas e sem rumo a qualquer hora, as horas no telefone, a casa inteira pras amigas quando vem dormir aqui, esquecer a toalha e só perceber quando estou debaixo do chuveiro, ficar de calcinha por pura preguiça de procurar uma 'calça mole', tirar a comida do freezer, esquentar e comer no pote, mesmo; ligar o pisca pisca e dançar na sala, fazer show pra ninguém quando canto no karaokê, ou dublo, mesmo; cair sozinha, sem plateia e rir de mim mesma.
...
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