Gritomudo

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cada um escolhe o professor que quer ter


Hoje uma mãe esteve na escola para questionar uma fala minha, de dia destes. 
Achei ótimo, primeiro porque ela demonstrou algum interesse (dois meses depois de o aluno ter sido transferido de sala e de período) mas, principalmente, porque coloquei-me à prova. 
Assumi, diante dela a minha humanidade e a minha menor intenção de ser perfeita. Admiti meu erro, mas me permiti ser sincera diante do fato.
Mostrei-lhe duas opções e sugeri que escolhesse a melhor, já que ela podia exigir qualquer coisa próxima da minha notificação em D.O. Pra que considerasse a visível melhora do comportamento do filho e que considerasse o meu deslize, já que eu não garanto que não acontecerá novamente, pois sou HUMANA e tenho as minhas limitações. Que pesasse e considerasse aquela que lhe for mais válida.
Daí, que ela tome a atitude que melhor lhe caiba!

...


"As pessoas realmente não querem mais ser professores. A tendência é mesmo a extinção. Hoje mesmo conversávamos na sala dos professores sobre isso.
Embora eu goste do que eu faça, acho q se fosse hoje eu não escolheria essa profissão. A responsabilidade é muiiiiiiito grande e só faz idéia disso quem está na área e o salário...sem contar a desvalorização até moral.
Chegou falar-se (político, é claro) que professora não ganha mal, ela é mal casada."

(RITA)
*Acesse o blog: http://ritaterapeuta.blogspot.com/ e deixe seu comentário se assim desejar.

O texto abaixo circula na internet desde 2009. Mas, como ele se mantém atualíssimo, vale repassá-lo para os nossos amigos. Trata-se apenas de um opinião de um autor desconhecido.


A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES

O ano é 2.209 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:

– Vovô, por que o mundo está acabando?

A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:

– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.

– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?

– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.

– E como foi que eles desapareceram, vovô?

– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.

Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.

Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.

Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.

*Não sei bem o que sou. O arquétipo "professora" ainda me é um peso... 
Trabalho para que dê certo; para que este seja um momento bom de ser lembrado (por mim e por eles, alunos); para que o aprendizado seja efetivo e para que essas crianças sejam pessoas de bem, hoje e sempre.

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