Depois...

"Havia acabado de acordar com meu amor. A janela aberta, do já conhecido apartamento, revelava um lindo dia de sol..." e o despertador tocou! Rapidamente, programei o celular para dali meia hora, na tentativa de resgatar e dar continuidade ao sonho.

" - Vc me ama?

- Nesse caso, prefiro te responder que não.

Disfarcei a dor da punhalada.

Um banheiro, chuveiro ligado, ele embaixo. Vários produtos masculinos no vitraux, panos de chão e uma toalha estancando a água do box aberto. Incômodo ao ver aquilo.
Ao ocupar o meu chuveiro, tive impetos de jogar aqueles produtos na pia.

Cabelos molhados, outro vitraux e um apartamento já conhecido. A manhã ensolarada foi virando noite e um grupo de estrelas irradiavam brilho por um tempo. As nuvens ficaram escuras. Desabou a chuva.

Ele queria me dizer algo, enquanto preparava as frutas. Eu já intuia de antemão o que era. Ele queria me dizer que ia morar com a namorada. Previa as marcas de expressão, o risinho nervoso que teimava em escapar, as mãos inquietas..."

Agradeci aos céus pelo despertador que me acordou antes.

Tal sonho, de verdade, causou - me a sensação dos dias de inverno.

Liguei o rádio e a Rita Lee cantava "(...) Porém, as águas vão rolar. Não vou chorar se, por acaso, morrer do coração. É sinal que amei demais! Mas, enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz!"

Depois do banho real, a Adriana Calcanhoto cantou a música que elegi para nós e esperei o Skank terminar de cantar a do Gil, pra desligar o rádio e sair.

De bonus, ganhei, no caminho, Save a Prayer, do Duran Duran.

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