Gritomudo

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sábado, 20 de julho de 2013

COMPARTILHANDO EMOÇÕES

 


Se há algo decisivo para a cura dos nossos males, esse “algo” é o compartilhamento de nossas emoções com alguém que esteja disponível para nós e nos entenda. Quando a gente compartilha as emoções, elas, pouco a pouco, vão perdendo sua eletricidade, sua força cáustica, sua energia aflitiva, seu sabor de culpa e de pecado.

O simples fato de falar repetidamente com alguém sobre nossas emoções já representa um imenso alívio para a personalidade. Esta, aliviada, começa a sentir melhor as emoções; sua cabeça funciona melhor, seus olhos enxergam mais, sua inspiração aumenta e ela, por si só, se entende melhor.

Uma pessoa aflita, agoniada, deprimida, culpada, não consegue entender pouco do que se diz a ela. E, quando entende, ou se esquece, ou o entendimento não adianta para quase nada. O compartilhamento funciona como uma verdadeira bênção, uma confissão que absolve, um sacramento que alivia, um óleo sagrado que legitima, um bálsamo que tranquiliza.

Isso porque há, na alma humana, uma profunda necessidade de comunhão, de existência dentro da alma do outro, de trocar energias humanas. Sentimos uma necessidade irresistível de conversar com outras pessoas, trocar ideias, experiências, emoções. Sem isso, caímos numa imensa solidão, ou nossa alma começa a ficar numa carência medonha, faminta das energias alheias.

Esse fato, muitas vezes, é o que está por trás das experiências amorosas e mesmo sexual: a necessidade de trocarmos, uns com os outros, energias, vibrações. É como o que a gente aprende nas aulas de biologia, quando os protozoários trocam suas substâncias e ambos se rejuvenescem.

Assim, num certo sentido, todo jogo afetivo, todo relacionamento de amor, é uma espécie de sexo sem corpo, sexo das almas. Almas em cio se atraem mutuamente e trocam, não substâncias físicas, mas energias psíquicas. Essa interpenetração de espíritos, esse colocar dentro do outro energias psíquicas, é a essência do prazer amoroso.

Há fecundação nesse jogo, há geração de frutos, só que de frutos impalpáveis, invisíveis e imateriais. Os corpos não foram marcados, mas as mentes foram. Ninguém sai o mesmo de um relacionamento amoroso. Cada qual sai marcado e transformado pelo outro.

Essa necessidade de marcar a emoção é o fator principal que nos move na vida. Todos os sintomas, todas as doenças psíquicas decorrem de algum grau de fracasso desse jogo de troca de energia.

Como a mente humana não é uma conta matemática ou mecânica, nem funciona em departamentos estanques, o limite exato entre o impulso amoroso (que inclui a amizade) e o impulso sexual é, praticamente, impossível de definir.

No impulso amoroso, na necessidade de penetração psíquica, há comunhão de almas. Contudo há que ser algo vibrante para que possamos ser inesquecíveis.

[MENDONÇA, Silvia - Recanto das Letras - URL: http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/273688 - 25/10/2006]
[Foto: By Agnes Cecile/Open ArtGroup@]

*Gratidão, minha querida DIVA Rosa Guimarães por ter compartilhado comigo esse texto, num momento super pertinente, inclusive!!!
Sou sempre toda ouvidos pra ti... E adoro compartilhar contigo, tb!
Vc é uma das coisas maravilhosas que o Teatro me deu de presente!
TQM
#gratidão

Um comentário:

  1. minha amadinha, por vezes nem damos conta do bem que recebemos. ter quem tenha a paciência de entregar tempo(precioso) para esperar toda a história ser contada, comentar sem crítica, só com entendimento, não tem preço. a única maneira de reconhecer é com "gratidão". toda energia boa trocada faz aumentar o grau de amor no Universo, o qual será nosso manto no momento que pensarmos estar sem condição de suportar a temperatura, sempre teremos a cobertura encantada. meu encantamento por vc. bjssss

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