Gritomudo

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Porta Aberta

"Já saem os ceifadores
a procurar as espigas;

e levam os corações
das moças todas que miram.
Abri as portas e janelas,
vós todas que aqui viveis.
O ceifador pede rosas
para enfeitar seu chapéu."

Acho que é mais ou menos isso que Lorca (Federico Garcia) escreveu na cena de A Casa de Bernarda Alba, quando os trabalhadores chegam aos campos na época da colheita, num dia de muito calor. Suas filhas, 5, estão todas atrás das janelas, prontas para dar rosas e muito mais. Fui até 1993, depois para 2007...
Tá tocando a música-tema de Hilda Furacão, da Nana Caymmi. Ela canta a palavra liberdade bem na hora em que penso nela. Nossa... Que viagem! As emoções se misturaram todas: cíclico?

Rsrsrsrsrsrs... Tudo isso para dizer que, no sábado, o pedreiro vai arrumar minhas "portas e janelas".

Daí, me permito uma analogia:
"Queimou-se o que tinha que queimar; abriu-se o que precisava ser aberto! Agora tenho duas opções: ou boto a tranca, ou escancaro de vez!!!"
Livre-arbítrio ou destino?
Quem sou eu nesta história, hoje?

 






"Eu quero campo! Quero casas, mas casas abertas e vizinhas deitadas em suas camas com filhos pequeninos e os homens fora sentados em suas cadeiras (...) Amanhã porei meu vestido verde e irei passear na rua."
(Maria Josefa/Adela)

*Tradução Alphonsus de Guimarães

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