“Oh, tágides minhas, inspirai-me, tenha em mim um novo engenho ardente”; já dizia Camões épico.
Os poetas cantam seus versos inebriados pelo desejo-gosto da paixão, tendo sobre a mesa apoiando copos de beleza, a doce fêmea lua, de outras doces fontes, somam-se duas, inspiradoras e ardentes, canção.
Talvez muitos de nós, sejamos poetas de rua, como muitos dos poetas sejam prazeres, sonhando no movimento do suor do desejo, surjam pelo pensamento às estrofes da vida e da vida o amor, como se o poeta se transformasse em beija flor, vivendo o nutrir por dentre a bicadas dos copos bebidas e, da bebidas, paixão.
Talvez, seja em Calígula, os primórdios do amor, talvez seja realmente o inicio, a paixão. Talvez sim, Talvez não, talvez por talvez seja o inicio o sexo, a evolução; talvez tão somente seja o homem-animal, o homem-poeta, o homem- paixão.
Penso agora no escorregar das bebidas dos copos na mão e, destes copos-corpos inicia a sedução e, sobre o pano da cama, como se fosse à toalha de mesa, se molham e se apertam com os toques das mãos.
É a respiração que perde o compasso, é o poder que se troca de mão, que se sente desejo, que se sente carnal, se sentindo no meio, instinto mais que animal.
São os desejos insanos, de homens-poetas que viajam no tempo, que vem reencarnando, que vem querendo, que vivendo poesias em vestes-fantasias; tentando e tornando em dois um uno corpo, rompendo limites em frequências-potência, preenchendo carências.
Talvez não possível o amor poetizar, seja a viagem impossível nas estrelas encontrar; de desejos cometas longínquos e reais, mas, isto, posto, lembro de novo Camões que diz ser intangível o sonho de AMAR.
(por Roger Lima)
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