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segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Amor do Pequeno Príncipe - Cartas a uma Desconhecida

“Ela nunca está em casa quando lhe telefono […] Estou muito zangado!”

“Eu lhe dizia: ‘durma’… E logo acordava. É assim o amor”.



"Desde agora, cinco horas da tarde, até a hora em que for dormir, estarei sozinho, porque disse a todos os meus amigos que estava muito cansado e não queria ver ninguém.
A menininha para quem, cuidadosamente, reservei esse tempo livre, nem se deu o trabalho de me avisar que não viria.
Descubro com melancolia que o meu egoísmo não era tão grande assim, pois dei ao outro o poder de me magoar.
Meninina, foi com carinho que lhe dei esse poder. É com melancolia que a vejo usá-lo.
Os contos de fada são assim. Uma manhã, a gente acorda e diz: "Era só um conto de fadas..." E a gente sorri de si mesma. Mas, no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida.
A espera, os passos leves. Depois as horas que correm frescas como um riacho em meio à relva sobre seixos brancos. Os sorrisos, as palavras sem importância que são tão importantes. Escutamos a música do coração: é linda, linda para quem sabe ouvir...
Queremos muitas coisas, é claro. Queremos colher todos os frutos e todas as flores. Queremos sentir o cheiro de todos os campos. Queremos brincar. Será mesmo brincar? Nunca sabemos onde começa a brincadeira nem onde ela acaba, mas sabemos que somos carinhosos. E ficamos felizes.
Não gosto da estação interior que substituiu minha primavera: uma mistura de decepção, de secura e de rancor. Mergulho num tempo vazio onde não tenho mais motivo para sonhar. O mais triste num sofrimento é se perguntar : "Vale a pena?"
Vale a pena todo esse sofrimento por quem nem mesmo pensa em avisar? Certamente não. Então nem sofrimento se tem mais, e isto é ainda mais triste.
Não há Pequeno Príncipe hoje, nem haverá nunca mais. O Pequeno Príncipe morreu. Ou então tornou-se cético. Um Pequeno Principe cético não é mais um Pequeno Príncipe. Fiquei magoado com você por tê-lo destruído.
Também não haverá mais carta, nem telefonema, nem sinal. Não fui muito prudente, e não pensei que pouco a pouco, com isso, arriscava um pouco de sofrimento. Mas, eis que me feri na roseira ao colher uma rosa.
A roseira dirá: "Que importância eu tinha para você?" Chupo meu dedo, que sangra um pouquinho, e respondo: "Nenhuma, roseira, nenhuma. Nada tem importância na vida. (Nem mesmo a vida.) Adeus roseira.""

"… Fico chateado, pois até minha tristeza está arruinada. Mas, para todos a vida está difícil. É a menos bela de minhas lembranças. Não deveria destruir minhas lembranças."

"Gostaria de apagar isso. Preciso de uma outra última lembrança…"

"… Eu era um pouco aquele comandante que leva seu navio para onde não deve, para as estrelas; era um pouco aquele pastor que come sua ovelha. Era um pouco um ladrão de sono…"

"Foi essa a história que sonhei para inventar para mim mesmo, uma última lembrança que valesse a pena. Sei bem que não é verdade. Sei bem que é apenas um sonho sem sentido… Mas se me dá prazer esquecer seu esquecimento e inventar para mim mesmo uma lembrança?"

"… Só queria lhe dizer que fiquei um pouco emocionado com a conversa de outro dia… Não quero mais brigar com você. Azar o meu se às vezes fico um pouco triste. Você tem razão em tantas coisas…"

"… Os sorrisos, as palavras sem importância que são tão importantes. Escutamos a música do coração: é linda, linda para quem sabe ouvir…"

...

Saint-Exupéry havia acabado de publicar O Pequeno Príncipe nos Estados Unidos, onde viveu dois anos. Voltava à Argélia, em maio de 1943, ao encontro do campo de ação militar de sua esquadrilha, o famoso grupo de reconhecimento aéreo 2/33 ao qual se engajara, logo no início da Segunda Guerra.
A história tem três versões:

*Aos 43, apaixona-se por uma moça, à primeira vista. E, não correspondido, recorre ao Príncipe, que assina-lhe as cartas.

*Aos 43, apaixona-se por uma moça, à primeira vista. Correspondido e acostumado a enfrentar turbulências, atira-se com ousadia.

*Saint-Exupéry, se apaixonou por uma mulher antes de morrer. As cartas de amor foram encontradas em novembro de 2007. Faziam parte da coleção do Museu de Cartas e Manuscritos, em Paris. Daí, uma nova história: O Amor do Pequeno Príncipe – Cartas a Uma Desconhecida.

Sobre a mulher:
23 anos, casada e ofical da cruz vermelha, conheceram-se em 1943, numa viagem de trem.

 
TÍTULO ORIGINAL: LETTRES A L'INCONNUE


TÍTULO: O AMOR DO PEQUENO PRINCIPE: CARTAS A UMA DESCONHECIDA

ISBN: 9788520922828

IDIOMA: Português.

ENCADERNAÇÃO: Brochura

Formato: 20,5 x 27,5

30 págs.

ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2008

ANO EDIÇÃO: 2009

EDIÇÃO: 1ª

AUTOR: Antoine de Saint-Exupery

TRADUTOR: Alcida Barbosa Caldeira Brant

ILUSTRADOR: Antoine de Saint-Exupery



Nossa!!! Cortante como linha com cerol... Chega, dói!

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