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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Alckmin chama professores reprovados para dar aulas

O governo paulista autorizou, pela terceira vez seguida, a contratação de professores reprovados em uma prova de seleção aplicada pelo próprio Estado ou que nem se submeteram ao teste.
A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) alega que a medida é necessária por conta da insuficiência de professores concursados ou aprovados no exame da rede estadual paulista. E para suprir afastamentos de efetivos.
Além de chamar docentes que não conseguiram atingir metade dos 80 pontos possíveis na prova, aplicada em novembro passado, a Secretaria da Educação permitiu, por meio de uma resolução publicada ontem no "Diário Oficial", que lecionem professores temporários que nem fizeram a prova.
O exame visou selecionar professores não concursados, categoria que historicamente conta com cerca de 100 mil docentes, o que representa quase a metade dos docentes da rede -onde estudam mais de 80% dos alunos paulistas.
A Secretaria da Educação não informou quantos professores reprovados ou sem avaliação atuarão em 2012.
Disse, porém, que aqueles que não fizeram o exame serão classificados a partir da titulação (diplomas) e tempo de serviço na rede.
O governo recorre a esses profissionais mesmo após tomar duas medidas para atenuar a falta de professores.
A primeira foi a realização de concurso público, com nomeação de 14 mil novos efetivos. Houve ainda redução do período em que o temporário deve ficar fora da rede.
Em 2010, lei do então governador José Serra (PSDB) exigia que o professor temporário ficasse 200 dias fora da rede após um ano de trabalho. Agora, a "quarentena" caiu para 45 dias.
"As medidas são insuficientes", disse a coordenadora da pedagogia da Unicamp, Maria Marcia Malavazi.
"Para haver mudança profunda na educação, o governo tem de dar condições de trabalho aos docentes semelhantes a de um executivo, não migalhas. Senão, quem vai querer lecionar?".
Em 2011, o governo aprovou lei que prevê reajuste de 42% no salário base dos professores, em quatro anos. O salário inicial de um docente hoje é de R$ 1.989.
Na última avaliação nacional, 70% dos formandos nas escolas estaduais de SP tiveram desempenho considerado insuficiente em português.

DEFICIT EM ÁREA NOBRE

Tradicionalmente, o deficit de docentes é maior em bairros mais carentes da capital paulista, mas atinge também as áreas centrais.
Na próxima segunda-feira, quase um mês após o início das aulas, serão convocados professores para 35 dos cerca de 75 colégios da diretoria Centro-Oeste da capital, que engloba bairros como Moema, Pinheiros e Morumbi.
Segunda melhor escola da capital, a Rui Bloem (na Saúde) chamará docentes de sociologia, geografia, física, educação física e arte.
O tema educação deverá ser um dos pontos centrais da eleição deste ano na capital, na qual poderá haver dois candidatos ligados à área: Fernando Haddad, pelo PT, e Gabriel Chalita, pelo PMDB.

Há critério técnico para escolha de docente, diz governo

A Secretaria da Educação afirmou que haverá critérios pedagógicos para selecionar os docentes que não participaram da seleção.
Serão considerados a titulação, qualificação e seu tempo de serviço na rede.
Por meio de nota oficial, a pasta disse trabalhar para diminuir o número de docentes temporários na rede, mas afirma que sempre haverá esse perfil de professores.
Eles são chamados, diz a secretaria, para cobrir ausências de efetivos, afastados por conta de aposentadorias, licenças-saúde e exonerações.
A pasta afirma ainda que as aulas "eventualmente" não dadas por falta de professores serão repostas.
Em ocasiões anteriores, o secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, afirmou que o governo paulista trabalha para oferecer melhores condições ao magistério, o que pode atrair mais pessoas à carreira.
Ele tem citado como fato positivo a aprovação de lei no ano passado que prevê reajuste de 42% no salário base docente até o final da gestão Alckmin (PSDB), em 2014.
A pasta afirma ainda que discute com os sindicatos a adoção de uma carreira no magistério, na qual os professores poderão ganhar reajustes e benefícios a partir de sua experiência e avaliações.
Sobre o excesso de temporários na rede estadual, a secretaria afirma que, neste ano, já nomeou 14 mil novos docentes efetivos e há previsão para outros 9 mil em 201

ENTENDA O CASO

SELEÇÃO
Na rede estadual, os docentes concursados escolhem as aulas que desejam. Os temporários aprovados numa prova pegam as aulas ainda não preenchidas

PROBLEMA
Mesmo com os temporários, não havia professores suficientes para preencher todas as aulas na rede

ALTERNATIVA
Para preencher as vagas, o governo decidiu chamar professores temporários com notas baixas e até aqueles que não participaram do exame

JUSTIFICATIVA
O governo afirma que esses profissionais só serão chamados em casos de emergência.

Vale a máxima do Chico Anísio:

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